quinta-feira, 19 de junho de 2008
EXAME HISTÓRIA B CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO
domingo, 15 de junho de 2008
# 17 (Último resumo da matéria do 11º ano)
portuguesa na viragem do século e a contestação da monarquia; a solução
republicana e parlamentar - a Primeira República.
O Rei D.Carlos em 1906: caricatura de Augusto Canduro em que o Rei é visto como um albergue que protege as diversas forças políticas que caracterizam o Regime Político em Constante Rotatividade Partidária durante a segunda metade do século XIX e nas vésperas da implantação da República. Observa a capa do rei que "guarda todas essas forças"
1. A crise do Rotativismo: modelo político de alternância, no poder, entre dois partidos (Progressista e Regenerador) que caracteriza a estabilidade da segunda metade do séc. XIX, encontra-se esgotado, face à falta de resposta para a os principais problemas do país. Nos finais do século XIX, a incapacidade do rei pôr cobro Às constantes disputas políticas constituiu um dos principais factores para a descredibilização da Monarquia junto dos cidadãos.
Preparada para ter início a 4 de Outubro de 1910, o movimento republicano conseguiu triunfar, apesar das constantes acções de confronto entre milícias pró-republicanas e tropas fiéis ao Estado terem tornado Lisboa num campo de batalha, a 5 de Outubro. Teófilo Braga, Eusébio Leão e Afonso Costa proclamam nesse dia, na varanda da Câmara Municipal de Lisboa, o fim da Monarquia e a implantação da República Portuguesa. Até às eleições, o poder seria entregue a um governo provisório liderado por Teófilo Braga.
A Primeira República assentou sobre as seguintes ideias:
- Laicização total do Estado (separação total entre o Estado e a Igreja). Porém, as medidas anti-clericais republicanas (expulsão dos jesuítas por Afonso Costa) foram a base do crescimento da contestação anti-republicana. Portugal era um país de tradições católicas profundas.
- Abolição definitiva da Sociedade de Ordens
- Defesa dos Direitos dos Trabalhadores (legalização dos sindicatos, greves e descanso semanal)
- Direito à instrução pública: grandes progressos, embora afastando os analfabetos da intervenção política
Regime Político da Primeira República (1910-1926)
A Assembleia Nacional Constituinte elaborou a Constituição de 1911 e elegeu o primeiro Presidente da República, Manuel de Arriaga. As suas linhas de organização eram:
- a superioridade do poder legislativo pois o Congresso da República (parlamento), constituído pela Câmara dos Deputados e pelo Senado (duas Câmaras), era dotado de amplos poderes, controlava o Governo e podia destituir o Presidente. Isto explica a instabilidade e fraqueza da 1ª República.
- o carácter meramente simbólico da figura do presidente da República, eleito pelo Congresso (parlamento) e não tinha direito ao direito de vetar as leis emanadas pelo órgão legislativo.
- o sufrágio universal e directo para os maiores de 21 anos que soubessem ler e escrever ou que fossem chefes de família.
# 16
Em 1851, o golpe de Estado do Marechal Saldanha (um dos braços de apoio de D.Pedro no processo de instauração do Liberalismo cartista em Portugal) instaurou uma nova etapa política em Portugal, designada por Regeneração (a ideia de regenerar o país). Este movimento, que se estendeu, cronologicamente, até à implantação da República (1910) teve um duplo significado:
Por um lado, pretendia-se o progresso económico do país, com o fomento do Capitalismo aplicado às actividades económicas; por outro lado, encerrando-se uma longa fase de conflitos entre as facções liberais (cartistas puros, setembristas, vintistas ou apoiantes da Constituição de 1822, apoiantes da causa absolutista e cabralistas), a paz social foi conseguida através da Carta Constitucional de 1826, com a revisão que lhe foi introduzida pelo Acto Adicional de 1852 em que o rotativismo entre os partidos caracterizou esta nova fase.
A Política das Obras Públicas
O “Fontismo” é a política de obras públicas levada a cabo pelo ministro do governo regenerador Fontes Pereira de Melo. Preocupado em recuperar o país do atraso económico, Fontes encetou uma política de instalação de infra-estruturas e equipamentos, tais como estradas, caminhos-de-ferro, carros eléctricos, pontes, portos, telégrafo e telefones.
As vantagens desta política de obras públicas eram:
- A criação, pela primeira vez em Portugal, de um mercado nacional, fazendo chegar os produtos a zonas isoladas e estimulando o consumo:
- O incremento agrícola e industrial;
- O alargamento das relações entre o nosso país e a Europa evoluída da Civilização Industrial;
Muitas foram as opiniões da historiografia republicana, entre as quais de Oliveira Martins que reconhecendo “a importância económica do caminho-de-ferro no despertar do nosso sono histórico também criou condições de concorrência para que não estávamos preparados” .
Caracterização das linhas de força do fomento económico da Regeneração
Revolução dos Transportes: tem por base a ideia do progresso que se estende a todo o país. Aposta nas redes de estradas e ferrovias (em cerca de 50 anos, desde a inauguração em 1856 do primeiro troço Lisboa-Carregado, a ferrovia chegava a todo o país). Construiram-se pontes (D.Luis, no Porto) e portos (Leixões)
Livre-Cambismo: o fomento económico assentou na doutrina livre-cambista, expressa na pauta alfandegária de 1852. Fontes Pereira de Melo (que para além de ser ministro das Obras Públicas, era também ministro da Fazenda) era um acérrimo defensor da redução das taxas aduaneiras. Os seus argumentos para o livre-cambismo eram: só a entrada de matérias primas a baixo preço poderiam favorecer a produção nacional; a entrada de certos produtos industriais estrangeiros (que Portugal não produzia) a preços baixos beneficia o consumidor; por último, baixando os impostos sobre a importação, diminuia-se o risco do contrabando.
No entanto, a economia portuguesa padecia de graves problemas de base que impediram o crescimento industrial: falta de matérias primas no território nacional (algodão), carência de população activa no sector secundário (20% em 1890), falta de formação no operadriado e patronato, investimento particular em àreas do sector imobiliário em detrimento do sector produtivo. Por último, a eterna dependênciade capitais estrangeiros.
Apesar do incremento do Fontismo, este desenvolvimento assentava sobre bases instáveis. A política livre-cambista abriu caminho à entrada de produtos industriais a baixo preço. Portugal não detinha ainda condições de competir com esses produtos importados.
Na agricultura, graves pragas como a filoxera, travaram o desenvolvimento do sector. Portugal agravava a balança comercial.
Por outro lado, o desenvolvimento das infra-estruturas fez-se muito graças ao investimento particular estrangeiro. Logo, os lucros daí obtidos não eram aplicados no crescimento de receita do Estado.
Por último, o défice das finanças públicas agravou-se ao longo do século XIX (chegando aos 10 000 contos entre 1885 e 1889). Os recursos utilizados para aumentar as receitas passavam pelas remessas de emigrantes (que foram diminuindo a partir da independência brasileira, pelo anti-popular aumento de impostos e por pedidos de empréstimos à banca estrangeira (sobretudo inglesa) para pagar, muitas vezes, juros de empréstimos anteriores.
Em 1892, com a falência de alguns bancos ingleses (fiadores do Estado português), o Estado português decreta a situação de Bancarrota.
O surto industrial do final do século
A crise financeira obrigou a uma reorientação da economia portuguesa: retorno à doutrina proteccionista (com a pauta alfandegária de 1892) que permitiu à agricultura enfrentar os preços dos cereais estrangeiros e à indústria colocar os produtos no mercado em condições vantajosas; concentração industrial (criação de grandes companhias, como a Companhia União Fabril- CUF); valorização do mercado colonial africano; expansão tecnológica com a difusão de sectores ligados à 2ª Revolução Industrial (electricidade, indústria química, metalurgia pesada, mecanização).
sexta-feira, 13 de junho de 2008
# 15
• A condição burguesa: valores e comportamentos; proliferação do terciário e
incremento das classes médias.
• A condição operária: salários e modos de vida; associativismo e sindicalismo. As
propostas socialistas de transformação revolucionária da sociedade.
Deste modo, a unidade do corpo social, conferida pelo igual estatuto jurídico dos cidadãos (fruto das conquistas do Liberalismo), é fragmentada em dois grandes grupos:
- A Burguesia: é o grupo dominante porque detém os meios de produção, muito embora ela própria se divida numa hierarquia de diferentes estatutos.
- O Proletariado: é a classe mais baixa que fornece o trabalho à organização industrial.
Neste tipo de corpo social, os indivíduos de origem humilde podem, apenas pelo seu mérito individual e pelo seu sucesso, ascender aos lugares cimeiros da sociedade, obtendo o seu reconhecimento por todos. São os chamados self-made men.
A capacidade deste tipo de mobilidade ascensional depende sempre da capacidade e salvaguardar o prestígio, a riqueza e o estatuto por parte destes homens e também das suas famílias que devem dar-lhe continuidade e , se possível, reforçar o seu estatuto através de várias estratégias (aquisição de propriedades; fusão, através de casamento, com membros da aristocracia; nobilitação por serviços prestados à Nação; exercício de cargos políticos). Criam-se as chamadas dinastias burguesas.
Alta Burguesia: no século XIX, a Burguesia conquistou um estatuto social equiparado estatuto económico que já detinha. Para além de controlar pontos-chave da economia (bancos, transportes, indústrias), começa a exercer cargos políticos (deputados, ministros). Porém, ao nível de comportamento, a nobreza continua a ser o modelo de inspiração. A compra, por parte da Burguesia, de castelos, palácios e o casamento de herdeiros burgueses com membros da antiga Aristocracia revelavam essa tendência para continuar a ver na Aristocracia o modelo para o glamour que era sinónimo de estatuto social.
No entanto, pouco a pouco, a burguesia foi definindo e impondo os seus próprios valores.
O apreço pelo trabalho, o sentido de poupança, a perseverança e a solidariedade familiar são característicos desta nova realidade social burguesa. O orgulho burguês fá-los ter uma crescente consciência de classe.
Classe Média: a classe média constitui o grupo mais heterogéneo e socialmente fluente da sociedade industrial, Englobam o conjunto de profissões que não dependem da força física. Correspondem à afirmação do sector terciário (as profissões ligadas aos serviços).
- Pequenos empresários da Indústria
- Empregados comerciais, que surgem a partir do momento em que as empresas criam novos espaços de emprego para fazer chegar os produtos aos consumidores.
- Profissões Liberais: em vez de ter um patrão, trabalhavam por conta própria. Estavam ligados à ideia de promoção social: médicos, advogados, empregados de escritórios (colarinhos brancos) ou professores eram profissionais que garantiam um futuro seguro e, ao mesmo, tempo uma distinção na sociedade. As necessidades da sociedade (cuidados médicos, apoio jurídico, formação e instrução) valorizaram o seu estatuto.
Neste contexto, os operários da 2ª Revolução Industrial enfrentavam grandes problemas dentro e fora do seu local de trabalho:
- Ausência de redes de solidariedade social
- Elevado risco de acidentes de trabalho e doenças profissionais que podiam levar ao despedimento do operário, sem direito a subsídio e salário.
- Ausência de medidas de apoio social (não existe direito a descanso, férias, horários de trabalho que rondam as 16 horas diárias; subsídio de velhice e desemprego ou invalidez)
- Proibição e repressão de todo o tipo de manifestação social pois as leis defendiam as classes dominantes.
- Contratação de mão-de-obra infantil por ser mais barata, menos reivindicativa e mais ágil.
- Falta de condições no trabalho (poluição, calor e frio extremos, parca iluminação, ausência de cantinas e vestuário apropriado)
- Espaços habitacionais sobrelotados e insalubres
- Pobreza extrema e problemas sociais derivados.
Pirâmide do Capitalismo: a organização da sociedade capitalista do século XIX vista pelos primeiros movimentos operários. Quais as críticas expressas nesta imagem?
Os Movimentos Operários
As primeiras reacções dos operários contra a sua condição miserável foram espontâneas, pouco organizadas e dirigidas. Surgem com os problemas da substituição do trabalho humano pelas máquinas. Por exemplo, em Inglaterra, o movimento de Ned Ludd destruía as máquinas de produção. Com o passar do tempo o movimento operário (acções de luta dos operários) organizou-se de forma eficiente:
- O Associativismo: na falta de redes de solidariedade tradicionais (família, paróquia) as associações de socorros mútuos apoiavam os operários em caso de vicissitude mediante o pagamento de uma quota.
- O Sindicalismo: no início actuando de forma clandestina, os sindicatos manifestavam-se de forma a pressionar os patronatos (o 1º de Maio de 1886, em Chicago, em que se luta pelas 8 horas de trabalho). Outra forma de luta era a greve. A greve constitui uma forte arma de pressão pois implicava a paragem da produção e dos lucros. Por outro lado mostrava a importância da classe operária no esquema socioeconómico industrial capitalista. As greves trouxeram uma maior negociação entre o operário e o patrão e, no final do século XIX, muito já se tinha conquistado, com a elaboração de legislação social e laboral. Os primeiros movimentos operários surgem no início do século XIX (c. 1824-25) em Inglaterra com as trade unions.
O Socialismo e a Condição Operária
As condições de miséria em que viviam os proletários despertaram a vontade de intervenção social dos pensadores da época. No século XIX, a doutrina socialista emergente criticava a desumanidade do sistema capitalista e propunha uma sociedade mais igualitária e fraterna.
As duas principais correntes do Socialismo eram:
- Socialismo Utópico: o seu principal mentor era o historiador e economista francês Pierre-Joseph Proudhon. Propunha alternativas ao Capitalismo de forma a tornar a sociedade mais justa. Em vez de trabalharem para o patrão, os operários deveriam trabalhar uns para os outros. Defendia que, sem o proletariado, a produção acabaria. Entregando os meio de produção aos operários associados e abolindo o Estado, a exploração do homem pelo homem teria fim.
- Marxismo ou Socialismo Científico: o filósofo alemão Karl Marx analisou historicamente os modos de produção, tendo concluído que a luta de classes é um fio condutor que atravessa todas as épocas. Por isso, Marx defende que a luta de classes é necessária para atingir uma sociedade perfeita em que não haja classes sociais. Esse estado perfeito e final do processo histórico será apelidado de Comunismo (partilha de tudo por toda a comunidade).
Karl Marx e Friedrich Engels expuseram, no Manifesto do Partido Comunista (1848), uma proposta de explicação do processo histórico que tomou o nome de marxismo ou materialismo histórico:
- A Luta de Classes entre opressores e oprimidos é um traço fundamental para fazer a História evoluir.
- A Sociedade Burguesa, dividida entre burgueses e proletários, será destruída quando o proletariado instaurar a “ditadura do proletariado”
- Depois de conquistar o poder político, o proletariado retirará o capital à burguesia e o capitalismo será destruído pois estarão todos os instrumentos de produção nas mãos do Estado Proletário, ou seja, o Comunismo.
- Os operários devem unir-se internacionalmente para fazer a revolução comunista: o lema dos Partidos Comunistas é a expressão que inaugura a obra de Marx e Engels: “Proletários de todo o Mundo: Uni-vos!”
- Tendo contactado com a miséria operária aquando da sua estadia em Inglaterra, Marx e a sua teoria revestiu um carácter prático que faltava ao Socialismo Proudhoniano, ganhando um forte impacto na segunda metade do século XIX.
Com a ideia da união internacional de todos os operários, Marx redigiu em Londres (1864) os estatutos da I Internacional Operária (Associação Internacional de Trabalhadores). Apoiou a Comuna de Paris de 1871, o primeiro governo operário da História.
Engels foi um dos fundadores da II Internacional em Paris (1889), que nasce após a cisão entre Marx e Edouard Bernstein, quando este defende que a transformação do Estado não deve ser feita através de acções revolucionárias mas sim de forma moderada. Bernestein é o pai da Social Democracia, ideologia que se opõe ao Socialismo Marxista.
As Internacionais (Associações Internacionais Operárias) promoveram a fundação de partidos socialistas na Europa.
A doutrina marxista serviria de enquadramento teórico às transformações que ocorreriam na Rússia em 1917.
quinta-feira, 12 de junho de 2008
# 14
No século XIX, verificou-se um crescimento muito rápido e acentuado da população mundial e, em especial, da Europa industrializada, falando-se por isso de uma explosão demográfica. No entanto o fenómeno de crescimento populacional não era novo: a ruptura com o modelo demográfico antigo data de meados do século XVIII.
1. Recuo da mortalidade e infantil
2. Declínio da elevada natalidade (a partir de cerca de 1870)
3. A descida da idade do casamento (invertendo para uma idade de casamento tardia)
4. Aumento da esperança média de vida para ambos os sexos
5. Aumento da densidade populacional.
Estas características revelaram-se acima de tudo nos países mais industrializados da Europa (Inglaterra, França e Alemanha) e, mais tarde, na Europa do Sul. À Revolução Industrial correspondeu uma expansão da população.
Quais os factores que nos ajudam a compreender estes novos regimes demográficos?
1. Melhores cuidados médicos (vacinação, prática da desinfecção, inventada por Jenner ainda no século XVIII)
2. Maior abundância e diversidade de bens alimentares (decorre da agricultura e indústria mecanizadas que permitem uma maior e mais rápida chegada dos bens aos consumidores)
3.O novo papel da criança: deixa de ser vista como mais mão-de-obra, para passar a ter atenções na sua formação (principalmente nas famílias burguesas)
4.Progressos na higiene (uso do sabão, vestuário de algodão, maior conforto das casas, redes de esgotos e salubridade como preocupação dos governos liberais).
Já no século XVIII falava-se dos perigos de um baby-boom. Thomas Malthus, monge escocês, defende que a procriação deve ser feita de um modo responsável, tendo em conta as condições socioeconómicas das famílias para cuidar dos filhos. Estas ideias geraram nas famílias burguesas o sentimento de responsabilidade paternal, ou seja, a prática de medidas de anti-concepção foram difundidas nesta altura.
As cidades no século XIX tornam-se pólos de atracção para uma população em franco crescimento.
- a Emigração: a população europeia foi responsável por diversas vagas de partida para a América, África e Austrália, destacando-se acima de tudo o crescimento urbano dos EUA nesta altura. Em 1900, Nova Iorque, para além de importância económica, torna-se a segunda maior cidade do mundo.
- o Crescimento dos Sectores Secundário e Terciário: o comércio, a indústria, as profissões liberais concentram-se nas cidades e requerem mais efectivos. Onde se sediam a Indústria e os Serviços, as populações crescem. Por seu lado, a população activa dedicada ao sector primário decresce.
Tópico de reflexão:1. Explica as razões para os dados apresentados no quadro.
Este crescimento urbano trouxe grandes problemas que exigiam grandes soluções nas cidades europeias ainda marcadas pelo urbanismo antigo.
Acima de tudo, dois grandes problemas e respectivas soluções:
- criar espaço para a Burguesia que se afirmava, entregando a cidade àqueles que a criaram. Ou seja, criar condições políticas que permitam à burguesia governar a cidade consoante os seus interesses. Novas preocupações em relação ao poder municipal.
- proporcionar condições de vida mais digna para os proletários, em geral provincianos desenraizados, cujos filhos (a prole) trabalhavam para aumentar o rendimento doméstico.
- expansão das cidades para além das muralhas medievais
- novas avenidas e redes de esgotos, abastecimento de água e iluminação
- a vida burguesa valoriza o lazer: criação de espaços de lazer (óperas, teatros, jardins, esplanadas)
- transportes públicos (o advento do comboio e mais tarde da electricidade; o metropolitano e o eléctrico)
- os falanstérios e familistérios: edifícios de albergue aos operários para evitar os problemas sociais decorrentes da miséria em que vivem, integrando-os harmoniosamente na sociedade industrial.
Os grandes fluxos migratórios do século XIX
A partir de 1840, os europeus espalharam-se pelo mundo em sucessivas vagas de emigração. Na origem deste fluxo emigratório terão estado os seguintes factores:
1. A pressão populacional: os governos e sindicatos apoiavam políticas migratórias no intuito de contornar os problemas decorrentes da explosão populacional europeia (necessidade de mais empregos, contestação social)
3. Desemprego tecnológico: a rapidez do desenvolvimento tecnológico e industrial levou a que, progressivamente, o homem fosse substituído pela máquina. No caso português, a industrialização lenta não oferecia empregos suficientes. Muitos milhares de portugueses emigraram para o Brasil e África nesta altura.
4. Revolução nos transportes: os transportes tornam-se melhores e mais baratos, facilitando a emigração.
5. A fuga a perseguições políticas e religiosas.
ATENÇÃO À NAVEGAÇÃO: NOVAS INFORMAÇÕES DO GAVE!
Não são novidades pois muitas vezes chamei a vossa atenção para isto. Mas que ao menos vejam que não estava a "delirar"... :)
Hoje dei uma aula de apoio na Escola em relação à matéria de 11º ano. Só apareceu o Dutxa, o SLB e o Pedro "Beach Boy" Pinto.
2ª feira, a partir das 10h, estarei na Escola para mais uma aula, desta vez para o 12º ano. Quem quiser, que apareça. Bom S.António!
Já agora, fiquem aqui com a barraca do exame do ano passado...os tigres e os dragões...confusões!!! Bem, só para partilhar!
quarta-feira, 11 de junho de 2008
# 13
O Capitalismo tem por base uma economia de mercado.
Quando a finalidade da produção é vender para um vasto mercado e , com isso, obter lucros, estamos perante o sistema capitalista.
Daqui resulta a importância dos preços e a consequente criação de bolsas onde aqueles são fixados: nas bolsas de comércio, as primeiras a serem formadas, onde eram fixados os preços dos principais produtos, sobretudo de origem vegetal (Bolsa de trigo em Chicago, em 1848, bolsa do café no Brasil e a bolsa das flores na Holanda).
Nas bolsas de valores era fixada a capacidade de produção e de venda das grandes empresas industriais, bancárias ou comerciais.
O desenvolvimento das indústrias e dos transportes, bem como a tendência para a divisão internacional do trabalho entre os países subdesenvolvidos fornecedores de matéria-prima e produtos alimentares e os países desenvolvidos especializados na indústria intensifica o Comércio Internacional e as trocas multilaterais.
Entre 1860 e 1914, o tráfego internacional triplicou, sendo a Europa a responsável por dois terços do comércio internacional.
A primazia da Inglaterra em termos marítimos (os clippers , como a Cutty Sark que cruzavam com rapidez o Atlântico) e industriais garantia-lhe o primeiro lugar quanto ao volume e valor do tráfego mundial. A Alemanha (já unificada) aproxima-se, a partir de 1885, do poderio britânico, superando a França e os crescentes Estados Unidos.
O esquema das trocas multilaterais inclui, por um lado, a exportação de produtos industriais dos países desenvolvidos em troca de artigos de luxo, matérias-primas e produtos agrícolas das colónias e, por outro lado, trocas de produtos industriais entre os mesmos países desenvolvidos.
A superioridade industrial e comercial inglesa favoreceu a adopção do Livre Cambismo naquele país, apesar dos protestos dos agricultores, fortemente penalizados pela livre circulação de cereais importados a baixo preço.
Apesar da inspiração inglesa, outros países, que tentaram seguir o modelo inglês, rapidamente adoptaram medidas de proteccionismo à euforia livre-cambista (Bismark, chanceler alemão, dá principal importância aos produtos nacionais de modo a suscitar o incremento industrial na Alemanha Unificada).
A partir de finais do século XIX, a Inglaterra, face a estas medidas proteccionistas dos outros países, adoptam também esssas medidas com vista à protecção das suas indústrias.
Em conclusão, o Comércio Internacional e as consequentes as trocas multilaterais exerceram, na economia, uma grande aceleração e aquecimento, dando um efeito de arrastamento sobre as economias que nele participaram. No caso dos novos países de povoamento europeu (Austrália, Canadá e África do Sul) a emigração branca (europeia), o investimento europeu e a exportação de matérias-primas foram condicionantes para o desenvolvimento destes novos estados.